PADRÃO DA RAÇA ( Bulldog Campeiro )


CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA
Classificação CBKC:
Grupo 11 - Raça não reconhecida pela FCI.
Padrão CBKC NR 08
País de origem: Brasil
Nome no país de origem: Buldogue Campeiro
Utilização: E r a m   u s a d o s   p a r a   c a p t u r a r   o   g a d o   s e l v a g e m ,participando de tropeadas, sempre capturando o boifujão. Participavam nos matadouros, sempre segurando o boi bravo quando necessário. São cães de grande versatilidade, possuindo características de guardião e de   comba t ent e  ba s t ant e   equi l ibr ada s .  São  c ã e s selecionados na lida, guardando a casa do tropeiro como também a carreta e o seu cavalo, onde jamais alguém chegava se houvesse um Buldogue deitado observando. Além disso, ainda servem de pastor e para derrubar um boi desgarrado. Conviviam em matilhas, respeitando a vontade de seus donos, que era de que não brigassem entre si.
Sergio Meira Lopes de Castro
Presidente da CBKC
Álvaro D’Alincourt
Presidente do Conselho Cinotécnico
Colaborador:  Ralf Scheinbender
Impresso em:  30 de setembro de 2010.3
BULDOGUE CAMPEIRO
RESUMO HISTÓRICO: o Buldogue Campeiro tem sua origem nos Bulldogs que vieram para o Brasil trazidos pelos imigrantes europeus desde o século XVIII.  Devido à criação de gado ser sempre forte na região sul, os Buldogues eram bastante usados para capturar o gado selvagem que se criava em meio a um ambiente hostil de campo e mata nativa.  Participou de grandes tropeadas sempre capturando o boi fujão. Nos matadouros tinha participação ativa, solicitados para segurar um boi bravo sempre que fosse necessário. Os Buldogues para o trabalho tiveram uma seleção quase natural, uma vez que os que eram muito baixos, levavam desvantagem em percorrer longas distâncias e em não poder tracionar segurando o boi. E os que através de cruzamentos com outra raça ficavam muito altos perdiam o instinto de pegador, a precisão de movimentos, além de ficarem vulneráveis às investidas dos bois com seus coices e chifradas. O que era considerado um bom cão? O corpo deveria ser forte. A cabeça larga com fortes maxilares; o focinho largo e forte, não curto como o do atual Bulldog, nem tão comprido como o do Bullmastiff, para que pudesse morder e segurar um boi independentemente do peso. Cão de temperamento vigilante e tranqüilo, com acentuado espírito de luta e companheirismo. Este temperamento teria que ser tão obstinado que não conhecesse limites e tão controlado que sempre obedecesse aos comandos do tropeiro. Assim, “selecionado na lida” nasceu o BULDOGUE CAMPEIRO.
APARÊNCIA GERAL: cão de constituição potente e larga, indicando força e agilidade. Formato corporal quase quadrado. Membros vigorosos, musculosos, com ossos fortes. Cabeça volumosa e peito amplo. Aspecto imponente. Visto de cima, deve ser largo nos ombros e comparativamente estreito no lombo.
PROPORÇÕES IMPORTANTES: a altura na cernelha deve ser, preferencialmente, igual ao comprimento medido da cernelha até a inserção da cauda.
COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: versátil, com características de gua rdi ão.  De s t a c a - s e  pe l a   f ide l idade   ao dono,   t ena c idade   e   cor agem.  Seu temperamento é  vigilante e tranqüilo, perseverante, com acentuado espírito de luta e companheirismo. Muito dócil com  crianças; é um cão de fácil adaptação. Controlável, não tímido, late pouco, é tranqüilo.4 CABEÇA: volumosa com boas bochechas; larga com fortes maxilares e com pele solta sem excesso de rugas. A medida da circunferência da cabeça fica, no mínimo, na mesma proporção da altura e do comprimento para as fêmeas e obrigatoriamente maior nos machos.
REGIÃO CRANIANA
Crânio: bastante largo,  alto e levemente arredondado, com forte musculatura. Visto de frente, forma uma linha reta entre as orelhas, quando em atenção. Stop: bem definido.
REGIÃO FACIAL
Focinho: curto, com no máximo  1/3  e no mínimo 1/5 do comprimento do crânio.
Largo embaixo dos olhos; grosso com as linhas laterais paralelas até a ponta da trufa; o mais quadrado possível quando visto de cima.
Trufa: bem formada, de bom tamanho e bem pigmentada.
Orelhas: pequenas, pendentes, triangulares;  também são aceitas as viradas para trás (em rosa), de inserção alta, o mais separadas possível entre si. Quando dobradas levemente no sentido dos olhos, o comprimento não pode ultrapassar o canto interno do globo ocular.
Olhos: ovalados, de tamanho médio, não podendo ser profundos, nem saltados. Preferencialmente com as pálpebras bem pigmentadas. A coloração dos olhos, o mais escuro possível, indo do castanho ao marrom escuro, nos exemplares com a trufa escura. Nos exemplares de trufa ruiva, são aceitas as tonalidades mais claras, castanho claro (cor de mel). Deve-se evitar olhos caídos com aspecto de “chorão”.
Lábios: grossos e pendentes sem demasia, não devendo ultrapassar a linha inferior do maxilar em mais de 50% da altura do focinho em toda a sua extensão. A rima labial deve ser o mais pigmentada possível.
Mordedura: prognatismo inferior, sendo que este não deve exceder 3 cm.
Maxilares: largos, maciços e quadrados. O inferior deve avançar além do superior e elevar-se no extremo da mandíbula.5
Dentes: fortes com os caninos bem desenvolvidos para agarrar e bem distanciados entre si. Dá-se preferência aos incisivos bem alinhados aos caninos. Dentes inferiores aparentes são aceitáveis. A dentição deve ser a mais completa possível. Tolera-se caninos aparentes, dentes a mais e falta dos P1.
Mordedura: prognatismo inferior, sendo que este não deve exceder 3 cm.
PESCOÇO: forte, de comprimento moderado, muito musculoso e de circunferência aproximada a do crânio, com pele frouxa que forma barbela a qual não deve ser excessiva.
TRONCO
Dorso: moderadamente curto, reto, com linha ascendente levemente inclinada até a garupa.
Peito: de amplitude notável, quase redondo, sendo que a profundidade deve alcançar a altura dos cotovelos.
Costelas: bem arqueadas.
Ventre: ligeiramente esgalgado.
Garupa: levemente arredondada.
CAUDA: inserida baixa, grossa na raiz, de comprimento moderado e de linha inconstante; quebrada naturalmente. Dá-se preferência a cauda que não exceda em comprimento, em dois terços, a distância da inserção da cauda à ponta do jarrete.
MEMBROS
ANTERIORES: vigorosos e musculosos, com ossos fortes.
Ombros: largos, musculosos e oblíquos. Em relação à horizontal deve ter 45° enquanto que a angulação escápulo-umeral deve ter menos de 90°.
Cotovelos: ligeiramente afastados das costelas, são corretamente direcionados para a frente, em uma linha vertical medida dos cotovelos até o solo, proporcionalmente a altura.
Antebraços: bem desenvolvidos e com ossos fortes e retos.6
Metacarpos: moderadamente angulados.
Patas: são ligeiramente voltadas para fora com dedos levemente separados e um pouco arqueado.
POSTERIORES: vigorosos, musculosos, com ossos fortes.
Coxas: bem desenvolvidas, que indicam vigor e atividade.
Jarretes: levemente angulados, paralelos.
Patas: são ligeiramente voltadas para fora com dedos levemente separados e arqueados; com almofadas plantares grossas e elásticas.
MOVIMENTAÇÃO: com caminhar balanceado, mantém a cabeça na linha do dorso e a cauda baixa. Seu movimento é típico; o balanço do corpo deve ser perceptível na garupa e nas costelas, enquanto caminha, mantém a traseira nivelada mas não firme. Seu galope é rápido, com grande propulsão.
PELAGEM
Pelo:  curto, liso, de textura média, não sendo nem macio e nem áspero ao toque.
COR: todas as cores são aceitas.
TAMANHO
Ideal : machos:  53 cm.
fêmeas:   51 cm
PESO
machos:  de  35 kg  a  45 kg  aproximadamente.
fêmeas:   de  30 kg  a  40 kg   aproximadamente.
A tolerância na altura é de 48cm  a  58cm. Devem ser respeitadas as proporções de
peso e altura que confiram aspecto vigoroso ao exemplar.
FALTAS: Qualquer desvio dos termos deste padrão deve ser considerado como
falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade e seus efeitos na saúde e bem
estar do cão.7
FALTAS LEVES
• caninos aparentes.
• dentes a mais.
• falta dos P1.
• orelhas de inserção muito alta.
• orelhas muito curtas, estreitas, muito largas ou compridas.
• pelagem atípica.
• pescoço muito curto.
• angulação dos anteriores e posteriores excessiva.
• ponta da cauda ultrapassando a altura do jarrete.
• pescoço sem barbelas ou com barbelas em demasia.
• olhos azuis.
FALTAS GRAVES
• olhos redondos ou muito grandes; olhos saltados ou de duas cores.
• prognatismo superior a 3 cm.
• dorso selado, carpeado ou descendente.
• peito fraco, estreito, pouco profundo.
• angulação dos anteriores e posteriores insuficiente.
• jarretes de vaca.
FALTAS DESCLASSIFICANTES
• ausência de prognatismo inferior.
• torção de mandíbula.
• ausência de caninos; incisivos a menos ou ausência de mais de 2 molares.
• trufa com mais de 1/4 despigmentada.
• ausência de angulação nos anteriores e nos posteriores.
• anteriores muito compridos ou muito curtos,  em “X” ou arqueados.
• movimentação muito pesada, difícil, com passos curtos ou passo de camelo
contínuo.
• agressividade ou timidez excessiva.
NOTA:
• os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos
e acomodados na bolsa escrotal.
• todo cão que apresentar qualquer sinal de anomalia física ou de comportamento
deve ser desqualificado.